Uma nova variante do vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, foi recentemente identificada no Brasil.
Chamada de XEC, a variante faz parte da família Omicron e apresenta uma maior transmissibilidade, conforme dados divulgados pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Esta variante foi encontrada em amostras analisadas nos estados de Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.
As informações foram reveladas em um comunicado emitido na sexta-feira, 11 de outubro de 2024.

Descoberta em Santa Catarina e outros estados
A variante XEC foi identificada em dois pacientes de Santa Catarina, com as amostras coletadas em setembro.
As pacientes, duas mulheres com idades de 85 e 34 anos, são naturais de Jaraguá do Sul, localizada no norte do estado.
Ambas apresentavam sintomas como febre, tosse e coriza, além de possuírem comorbidades que agravaram o quadro, levando à internação em um hospital local.
Além de Santa Catarina, pesquisadores encontraram a variante no Rio de Janeiro e em São Paulo.
No caso do Rio de Janeiro, a Fiocruz encontrou as primeiras amostras em dois pacientes diagnosticados com Covid-19 em setembro.
As sequências genéticas da nova variante foram registradas em uma plataforma online, Gisaid, entre 26 de setembro e 7 de outubro.
Em São Paulo, as amostras analisadas foram coletadas em agosto, e as sequências genéticas também foram depositadas na mesma plataforma, contribuindo para o mapeamento da disseminação da variante.
Veja também:Navegantes impulsiona SC como polo logístico estratégico
Transmissibilidade e características da XEC
A variante XEC foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma “variante sob monitoramento” em 24 de setembro de 2024.
Segundo a Fiocruz, esse termo é usado para designar uma linhagem do vírus que apresenta mutações genéticas significativas.
A XEC começou a ganhar atenção global entre os meses de junho e julho de 2024, quando foi identificada um aumento considerável de casos na Alemanha.
Desde então, a variante se espalhou rapidamente, atingindo várias partes do mundo, incluindo a Europa, Américas, Ásia e Oceania.
Até o dia 10 de outubro de 2024, mais de 2,4 mil sequências genéticas da variante XEC haviam sido registradas na plataforma Gisaid, oriundas de pelo menos 35 países.
Isso demonstra a alta capacidade de disseminação dessa nova linhagem do coronavírus.
Veja também:Secretário de Saúde de SC visita hospitais
Prevenção e monitoramento
Em resposta à identificação da variante XEC no Brasil, a Secretaria de Saúde de Santa Catarina (SES) emitiu um comunicado informando que está monitorando a situação de perto.
A principal recomendação do órgão continua sendo a vacinação, considerada a medida mais eficaz para prevenir a Covid-19, especialmente diante de novas variantes que surgem ao redor do mundo.
O Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais da Fiocruz, responsável pela identificação inicial da nova linhagem, atua como referência para o Sars-CoV-2 junto ao Ministério da Saúde e à OMS.
A Fiocruz mantém o monitoramento constante de novas variantes do coronavírus, permitindo respostas rápidas no controle da disseminação da doença.
A descoberta da variante XEC no Brasil, especificamente em Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo, é mais um lembrete de que o coronavírus continua a evoluir.
Embora a vacinação seja amplamente eficaz, é fundamental continuar monitorando o surgimento de novas variantes e reforçar as medidas preventivas.
A identificação precoce dessas mutações, como a feita pela Fiocruz, permite que as autoridades de saúde tomem ações rápidas para mitigar a propagação do vírus e proteger a população.